quarta-feira, 5 de outubro de 2011

ATELEVISÃO DE DONA TEL

Vou falar de uma pessoa

Que os céus dizem amém

Uma pessoa maravilhosa

Que nunca fez mal a ninguém

Simples e trabalhadora

E igual a ela não tem


Seus cabelos tá branquiados

O sorriso de antes já enrugou

Mas a gentileza é a mesma

Isso ela nunca renegou

Seu caminhar é compassado

Marca de que já trabalhou


Tem no espirito a bondade

E nas ações seu valor

De dignidade é uma fonte

Em sua vida sobra amor

As feridas que a vida fez

Ela soube vencer a dor


Dona Tel é esse anjo

Que Deus nos presenteou

Casada com seu Joatão

O homem que tanto amou

Quatorze filhos fizeram

E nenhum abandonou



De sua infinita sabedoria

A paz sempre buscou

E a ajudar ao próximo

Respeito conquistou

E um grande trabalho

A comunidade prestou


Hoje mim dar saudade

E recordo com satisfação

De sua ilustre humildade

E te tanta compreensão

Por deixar a todos nós

Assistir em sua televisão


Sem fazer diferença

Todos eram telespectador

Branco, preto ou índio.

De Vagabundo a trabalhador

Mulher, homem, menino.

De analfabeto a doutor.


Quase vinte e quatro horas

A TV não desligava

Pequenina mais potente

A galera telespectava

Preto e branco a imagem

E a população apreciava



Filmes, jornais e novelas.

Tinha seu público especial

Desenhos, shows e humor.

A meninada achava legal

Futebol, reportagem, culinária.

Era coisa sensacional


Mininos buchudos e fedorentos

Esparramado pelo chão

Os adultos no tamborete

Uma cadeira pra joatão

TEL sentada na sua poltrona

Todos diante da televisão


Gargalhadas e cochicho

E o psiu logo se ouvia

Sustos e muitos gritos

Isso sempre acontecia

Olhos bem lagrimosos

Com as cenas que se via


Chulé e comichado

Sempre tinha um alguém

Peido azedo e arroto

As vezes se sabia de quem

Mas com tudo isso

TEL nunca expulsou ninguém



A novela era na sala

Uma sueca na cozinha

Os suequeiros não resistiram

A sala bem completinha

Aderiram às novelas

Abandonando as cartinhas.


Cabra erado e bigodudo

Ria-se que a chapa caia

Comentavam as cenas

E vinham no outro dia

Menino pegava no sono

Acordava dizendo arizia


O sucesso da televisão

Nunca pode se medir

Nem a entrada ao povo

TEL nunca quis impedir

Assistia todo mundo

Podiam se divertir.


As portas nunca fecharam

Era aberta até madrugada

Às vezes o dia nascia

E a negrada pegada

Nem respeitava o sono

De quem a TV doava



Durante muitos anos

A TV foi à atração

Da humilde cachoeira do sapo

Que não tinha animação

De segunda a segunda

De primavera a verão.


Na calçada os jovenzinhos

Procuravam se agradar

Era o lugar predileto

Pra começar a namorar

Banhados e perfumados

Tentavam impressionar


Foi também palco de brigas

Para na porta se escorar

Pois a sala estava cheia

Não dava mais para entrar

Imprensavam-se, e se apertavam.

Para a TV apreciar


Os filhos de dona tel

Nunca inteferiram no divertir

Raquel, Chico, Daniele

Lú, basto, neide ou joacir.

Ciço, júlia, zefa ou galega

Vieram a contribuir



Janaina, Ivone, Aparecida.

Também como mariquinha

Presenciaram muito a cena

Quando a cachoeira vinha

Sua casa sempre lotada

Do forasteiro a vizinha


O tempo se passou

As coisas melhoraram

O povo comprou sua TV

Da casa de TEL se afastaram

Esqueceram tanto favor

Que da mesma contemplaram


Dona tel ainda assisti

Só que agora TV a cores

Seu Joatão ta acamado

Não lembra mais dos amores

A casa ainda é a mesma

Aconchegante e sem odores


Eu ali muito assistir

Dona TEL muito obrigado

Jamais vou me esquecer

De seus favores abençoados

Hoje eu rezo a Deus

Para TELs ter multiplicado.



COMO MUITO RESPEITO E CARINHO A DONA FRANCISCA ANDRADE ( DONA TEL E TODA SUA FAMÍLIA) BRIGADO POR TODOS OS MOMENTOS DE BONDADE PRESTADO A NOSSA COMUNIDADE.