quinta-feira, 24 de março de 2011

foto da capa do cordel


a história de cachoeira do sapo: do ontem ao hoje

Foram os tropeiros

Na chamada rota do sal

Saindo do agreste

Indo para Macau

Na estrada dos matutos

De sertão a litoral


Passando nessa terra

Na maior alegria

No sol ou na chuva

De noite ou de dia

De primavera a primavera

Comercializando a percorria.


Levavam cachaça e rapadura

Em sal podiam trocar

Encher os surrões

Os caixotes e os caçoar

Nos burros voltavam

Alegremente a trotar


Foram nessas viagens

Que o lugar batizaram.

E de Cachoeira do Sapo

Logo a chamaram

Compreendiam a natureza

E por isso nomearam

O nome cachoeira

Foi devido o porão

E a grota da Inez

Devido uma estação

Quando começa o inverno

E termina o verão


Com as águas descendo

E nas pedras a bater

Começa a orquestra

Para quem quer compreender

E o som da cachoeira

Sinfonizando é de surpreender.


E a alegria dos sapos

Ritmando seu coaxar

Acompanha a orquestra

Com seu lindo entonar

Harmonizando a beleza

Sem nunca desafinar.


Com tanta sintonia

Que o nome botaram

Cachoeira do Sapo

E todos concordaram

Foram esses tropeiros

Que a natureza interpretaram.


Não foi tão difícil

Só fizeram mudar

Pois riacho do sapo

Já chamavam o lugar

Substituíram o mesmo

Pondo cachoeira no lugar.


Antes essas terras

Aos potiguares pertencia

Uma nação indígena

Que por aqui existia

Até os homens brancos

Usurpar com sabedoria


Foi na época das sesmarias

Que essa data se doou

Uma área bem extensa

Nove léguas desmarcou

Olho d’água da gameleira

Essa data se chamou


Mil setecentos e quarenta e nove

Depois de uma transação

A terra do riacho do sapo

Passa a outra dominação

Manoel pinheiro Teixeira

Adquiriu esse chão.

Manoel Rodrigues coelho

O capitão a quem comprou

E dona Inêz Barbosa

A esposa que concordou

Em venderem essas terras

Pois preço bom encontrou.


Fazendas aqui nasceram

Mas com pouca expressão

A mais importante delas

Foi a fazenda assunção

Do senhor Artur Hipólito

Grande nome da região


Foi nessa fazenda

Que um morador chegou

Trazendo a sua família

Em 1897 se estalou

Chamava-se Antonio Francisco

Essa terra cultivou.


Trabalhou muitos anos

Vindo a fazenda comprar

Sua família aumentou

Para na labuta ajudar

E um pequeno povoado

Começou a se formar

Chamou-se de assunção

Próximo a fazenda nasceu

Na região da Cachoeira do Sapo

Por alguns anos permaneceu.

Nasceram outras fazendas

E a região fortaleceu


João Felix Pereira

Foi um desse senhor

Que da fazenda catolé

Da terra foi possuidor

Um devoto fervoroso

De são José admirador


No século passado

Um lote de terra doou

Na década de vinte

O terreno marcou

Cinqüenta braças quadradas

A São José ofertou


Para a construção da capela

E casas para a população

Reaproveitaram o nome

Existente já na região

E Cachoeira do Sapo

Desbancou assunção.

Mil novecentos e vinte nove

Primeira construção aconteceu

A casa de José Timóteo

No terreno empreendeu

Era genro e sobrinho

De quem a terra deu


Somente em trinta

Que foi a mesma terminar

Iniciando a povoação

Daquele novo lugar

Seu nome está numa rua

Uma Forma de homenagear


Mil novecentos e trinta e um

Começam a construir a capela

Seu Francisco Florêncio

Foi o construtor dela

Terminou em trinta e dois

Ficando-a muito bela


Ao redor da capelinha

Casas por lá se ergueu

São José o padroeiro

Sua benção os deu

E por todos esses anos

Essa terra protegeu.


O progresso foi lento

Andando bem devagar

Fazendeiros foram embora

Outros começaram a chegar

A fazenda de Miguel Felipe

Era a Referência do lugar.


Muitas coisas aconteceram

E o tempo se passou

As coisas só mudariam

Quando uma família aqui chegou

Foi a Leite Ramalho

E o lugar se transformou.


Ingressaram na política

No esporte, arte e educação

Cachoeira elevaram a distrito

Em sinal de progressão

Incidentes desencadearam-se

Mudando a situação.


Nossa terra produzia

Da pecuária a plantação

Milho, fava, melancia

Jerimum, macaxeira e feijão

Mas era forte mesmo

No cultivo de algodão


A São Paulo do Potengi

Em quarenta e três passou

Pertencia antes a macaíba

Mas para a outra migrou

E ao novo município

Cachoeira do sapo se integrou.


No ano de cinqüenta

A distrito se elevou

Deixou de ser fazenda

E novo titulo ostentou

Mas em sessenta e três

Para Riachuelo deslocou


Nascia o novo município

Do estado potiguar

E Cachoeira do Sapo

Transferiram para lá

Foi nessa época

Que vieram a renomear


São José do Potengi

Foram oficializar

Potengi pela região

Que se encontra o lugar

São José o padroeiro

Pensou-se homenagear.


O nome nunca pegou

Os dois puderam chamar

Em sessenta e sete a BR

Agora se podia viajar

Oitenta e um a energia

Para a terrinha iluminar


Em noventa e oito

Água encanada é real

Dando uma melhorada

Na vida do pessoal

Acabando o sofrimento

De maneira especial.


Na política somos fortes

No futebol temos valor

Desde o continental

Que já foi encantador

Na educação caminhamos

Breve teremos doutor

Na cultura tem quadrilhas

Arraiá do Sapo encantou

Junto com o sapogi

Cachoeira do Sapo representou

Tem o bloco das pererecas

Que no carnaval desencantou.


O econômico tá crescendo

Breve vai aumentar

Empresas aqui já têm

Outras deve aqui chegar

Na genealogia dessa terra

Varias famílias a nos representar


Rocha, Felipe, Rodrigues

Felix, Cordeiros, Oliveiras

Araujo, Viana, Neves

Belchior, Ribeiro, Pereira

Silva, Miguel, Olegário

Souza, Jerônimo e ferreira.


Inácio, França, Sena

Dantas, Barbosa, Moura

Varela, Soares, Máximo

Mendes, Cezino, câmara

Fernandes, Melo, Vicente

Bezerra, Fortunato, lira


Gomes, Medeiros,Xavier

Caetano, Gouveia, Bernardo

Assunção, Virgínio, Batista

Andrade, Constantino, Ricardo

Duarte, Carlos ,Morais

Silvestre e mais um bocado

Tem ainda as cachoeiras

Para nossa animação

Tem a grota da Inês

O chorão e o porão

Nossa única tristeza

Que só dura uma estação.


Cachoeira do Sapo cresce

Até o nome retornou

Depois de um plebiscito

Cachoeira do Sapo oficializou

Lutaremos pela emancipação

Batalha que já se iniciou.


A noventa quilometro da capital

Encontra-se essa beleza

Encontro do agreste com o sertão

Obra perfeita da natureza

Somos pequenos em tamanho

Mas em espírito uma grandeza.


Cortado pela trezentos e quatro

Fim do agreste potiguar.

Terra de amor e paz

Lá você vai encontrar

Fica na região potengi

Com clima espetacular.

Tropical semiárido

Na messoregião potiguar

Vegetação de caatinga

Aqui está em todo lugar

Desfolhadas no verão

E no inverno a folhar.


Em março temos festas

Homenagem ao padroeiro

No são João temos quadrilhas

Esperado o ano inteiro

Tem pamonha e canjica

E milho assado no terreiro.


Tem ainda a barragem

Para quem quer se banhar

E a furna da cruz

Para quem quer visitar

Tem paz, alegria e amor

E isso podemos doar.