Abra seu coração e liberte a solidão
Vá até a porta do egoísmo e o prenda com as algemas do altruísmo.
Ache o lugar onde guardou seu ódio e o extraia até a última gota e as lance no fogo do perdão
Atice com coerência,
Para que a temperatura seja correspondente a da razão.
Para apagar o fogo use a lógica,
Depois junte as cinzas no caco da esperança
E misture com honestidade
Deixe descansar por algum tempo à sombra da ética.
Quando estiverem homogêneas plante uma semente do bem
Aguai todos os dias com muito amor,
Quando a paz estiver desabrochando adube com dignidade
Aguai e adube sempre e em pouco tempo colherás felicidade
Tire uma semente e deixe secar aos raios da sabedoria
Embrulhe na gratidão e amarre com solidariedade
Presentei alguém e peça que continue fazendo
Só assim existirá o jardim dos sonhos
Que brotará unicamente da simplicidade
Para que o jardim seja sempre vivo.
Use como inseticida para o orgulho a humildade
jardim dos sonhos
lino sapo
sexta-feira, 28 de maio de 2010
A SEMENTE
A semente
Certa vez um garotinho tinha que vir morar na cidade, seu coração partiu ao saber da idéia que seus país tavam tendo. E mesmo sem querer abandonar aquele lugar que para ele era mágico, começou a preparar suas coisas, foi no seu jardim e colheu todas as sementes das plantas que lá havia. Colocou em uma pequena vasilha e deixou a luz do sol para secar, quando o dia chegou seus olhos escorriam lágrimas por ter que partir, mesmo assim não esqueceu de levar suas sementes, ao pegar a vasilha, ele notou que lá havia uma semente diferente, mais a pressa fez a levarem também juntas as outras. Na certa teria sido algum passarinho que a havia deixado lá. Chegando a cidade providenciou logo seu jardim, e meio intrigado com aquela semente e sem conhecê-la resolve não plantala deixando solta no chão. Logo toda a semente plantou, cuidou aguou e adubou, e logo todas as sementes estavam nascendo, o lugar já não era tão estranho e uma parte do que tinha deixado acabava de chegar. O interessante é que mesmo sem cuidar aquela sementinha diferente estava nascendo bem distante das demais, com o tempo ele percebeu como ela crescia igual às outras mesmo sem ele cuidar, então resolve matá-la. Vai lá e pisa por alguns estantes na planta para que essa morresse.
Todos os dias o garoto cuidava de seu jardim e aos poucos esse se tornava cada vez mais lindo, o tempo passava e já tinha contato com algumas pessoas no lugar, e no colégio sentiu algo diferente começou a gostar de sua coleginha de classe, era notável o quanto ficava bobo diante dela, a turma se reuniu e em um dia muito especial fez o aniversario dela supresa, e ele querendo impressioná-la, corre até seu jardim e colhe um enorme ramalhete de flores, com flores de toda a cor e vários perfumes. E a pequena planta também tinha uma única flor, mais essa ele fez questão de não levar. Chegando a escola com toda empolgação entregou o ramalhete, a garota tava tão eufórica com a supresa do aniversario, que meio sem querer nem se deu conta que esnobou o presente do seu admirador. Ele por sua vez baixou a cabeça e saiu triste para casa, no caminho um filme passava em sua cabeça. Era a primeira vez que sentia aquilo de forma tão diferente, sua vontade era de desaparecer esquecer quem era, então resolveu volta para o sitio onde seus avós moravam, falou com seus pais e esses achando que era natural essa atitude concordaram que ele iria passar alguns dias no sitio. Ele partiu, e sua única recomendação era que cuidassem do seu jardim.
O tempo passou e ele resolveu voltar, acreditava está curado do que o fizera partir, ao chegar na calçada de casa encontra aquela menina que o fez partir, e ela estava com o sorriso tão perfeito em seus lábios que ele foi falar com ela, e ela com muita saudade o abraçou forte como se não o fosse ver nunca mais, o garoto já não entendia mais nada o que se passava, apenas pegou em sua mão e caminhou até seu jardim, chegando lá tudo estava perfeito, apenas uma coisa mudou, sua plantas não tinha flores para oferta a sua amada, mais lá no cantinho, um pouquinho escondido, havia uma planta que tinha uma linda flor vermelha, e ele caminhou até ela, e com um gesto de um grande amante a entregou, a garota beijou a flor e em seguida o beijou. Seu coração quase saiu com tão grande emoção, passaram alguns estante abraçados. Ela saiu e ele ficou ainda em total êxtase, abriu os braços e ficou a olhar para o céu agradecendo a Deus pelo presente. Correu até a casa e abraçou seu país só que não era um abraço de saudade e sim de alegria pelo que tinha acontecido. E eles ficaram namorando a partir desse dia. No amanhecer do outro dia ele se levantou e correu para seu jardim e começou a cuidar também daquela planta, agora sim, ela era a mais especial de todas, havia o ajudado a realizar seu maior sonho conquistar a garota da escola. No entardecer ele notou que aquela plantinha que ele havia cuidado estava um pouquinho mucha, correu até a casa e trouxe adubo e bastante água. No outro dia a plantinha mais muchinha estava, ele se desesperou mais nada consegui fazer para salvar sua grande amiga de conquista, e a plantinha a cada dia morria mais, e no sétimo dia ela estava completamente morta, sem deixar uma única semente. Ele começou a chorar por ver sua plantinha sem vida, e sabia que pouco havia se importado com ela, e mesmo assim ela o ajudou a ser feliz, então o garoto se abraçou com sua mãe e começou a chorar e reclamar.
- mãe porque é que eu a destruí por tantas vezes e ela não morreu, e só agora que ela era a mais importante planta do meu jardim, que cuidei com tanto carinho, e ela morreu?
A mãe sentindo a dor do filho naquele momento falou.
- Filho a vida é mesmo assim, costumamos valorizar o que achamos que é certo, e acabamos nos perdemos em nosso egoísmo, ela morreu mais nunca deixara de existir o seu exemplo, que com simplicidade mostrou o quanto tudo tem o mesmo valor, o que muda é o momento em que elas acontecem.
Lino sapo 08/08/2007
Certa vez um garotinho tinha que vir morar na cidade, seu coração partiu ao saber da idéia que seus país tavam tendo. E mesmo sem querer abandonar aquele lugar que para ele era mágico, começou a preparar suas coisas, foi no seu jardim e colheu todas as sementes das plantas que lá havia. Colocou em uma pequena vasilha e deixou a luz do sol para secar, quando o dia chegou seus olhos escorriam lágrimas por ter que partir, mesmo assim não esqueceu de levar suas sementes, ao pegar a vasilha, ele notou que lá havia uma semente diferente, mais a pressa fez a levarem também juntas as outras. Na certa teria sido algum passarinho que a havia deixado lá. Chegando a cidade providenciou logo seu jardim, e meio intrigado com aquela semente e sem conhecê-la resolve não plantala deixando solta no chão. Logo toda a semente plantou, cuidou aguou e adubou, e logo todas as sementes estavam nascendo, o lugar já não era tão estranho e uma parte do que tinha deixado acabava de chegar. O interessante é que mesmo sem cuidar aquela sementinha diferente estava nascendo bem distante das demais, com o tempo ele percebeu como ela crescia igual às outras mesmo sem ele cuidar, então resolve matá-la. Vai lá e pisa por alguns estantes na planta para que essa morresse.
Todos os dias o garoto cuidava de seu jardim e aos poucos esse se tornava cada vez mais lindo, o tempo passava e já tinha contato com algumas pessoas no lugar, e no colégio sentiu algo diferente começou a gostar de sua coleginha de classe, era notável o quanto ficava bobo diante dela, a turma se reuniu e em um dia muito especial fez o aniversario dela supresa, e ele querendo impressioná-la, corre até seu jardim e colhe um enorme ramalhete de flores, com flores de toda a cor e vários perfumes. E a pequena planta também tinha uma única flor, mais essa ele fez questão de não levar. Chegando a escola com toda empolgação entregou o ramalhete, a garota tava tão eufórica com a supresa do aniversario, que meio sem querer nem se deu conta que esnobou o presente do seu admirador. Ele por sua vez baixou a cabeça e saiu triste para casa, no caminho um filme passava em sua cabeça. Era a primeira vez que sentia aquilo de forma tão diferente, sua vontade era de desaparecer esquecer quem era, então resolveu volta para o sitio onde seus avós moravam, falou com seus pais e esses achando que era natural essa atitude concordaram que ele iria passar alguns dias no sitio. Ele partiu, e sua única recomendação era que cuidassem do seu jardim.
O tempo passou e ele resolveu voltar, acreditava está curado do que o fizera partir, ao chegar na calçada de casa encontra aquela menina que o fez partir, e ela estava com o sorriso tão perfeito em seus lábios que ele foi falar com ela, e ela com muita saudade o abraçou forte como se não o fosse ver nunca mais, o garoto já não entendia mais nada o que se passava, apenas pegou em sua mão e caminhou até seu jardim, chegando lá tudo estava perfeito, apenas uma coisa mudou, sua plantas não tinha flores para oferta a sua amada, mais lá no cantinho, um pouquinho escondido, havia uma planta que tinha uma linda flor vermelha, e ele caminhou até ela, e com um gesto de um grande amante a entregou, a garota beijou a flor e em seguida o beijou. Seu coração quase saiu com tão grande emoção, passaram alguns estante abraçados. Ela saiu e ele ficou ainda em total êxtase, abriu os braços e ficou a olhar para o céu agradecendo a Deus pelo presente. Correu até a casa e abraçou seu país só que não era um abraço de saudade e sim de alegria pelo que tinha acontecido. E eles ficaram namorando a partir desse dia. No amanhecer do outro dia ele se levantou e correu para seu jardim e começou a cuidar também daquela planta, agora sim, ela era a mais especial de todas, havia o ajudado a realizar seu maior sonho conquistar a garota da escola. No entardecer ele notou que aquela plantinha que ele havia cuidado estava um pouquinho mucha, correu até a casa e trouxe adubo e bastante água. No outro dia a plantinha mais muchinha estava, ele se desesperou mais nada consegui fazer para salvar sua grande amiga de conquista, e a plantinha a cada dia morria mais, e no sétimo dia ela estava completamente morta, sem deixar uma única semente. Ele começou a chorar por ver sua plantinha sem vida, e sabia que pouco havia se importado com ela, e mesmo assim ela o ajudou a ser feliz, então o garoto se abraçou com sua mãe e começou a chorar e reclamar.
- mãe porque é que eu a destruí por tantas vezes e ela não morreu, e só agora que ela era a mais importante planta do meu jardim, que cuidei com tanto carinho, e ela morreu?
A mãe sentindo a dor do filho naquele momento falou.
- Filho a vida é mesmo assim, costumamos valorizar o que achamos que é certo, e acabamos nos perdemos em nosso egoísmo, ela morreu mais nunca deixara de existir o seu exemplo, que com simplicidade mostrou o quanto tudo tem o mesmo valor, o que muda é o momento em que elas acontecem.
Lino sapo 08/08/2007
da cacchoeira para a vida
DA CACHOEIRA PARA VIDA
Ainda sois do tempo do preto e branco, mais branco do que preto. Chegaste com a fartura, crescesse sem frio, cheio de amigos e irmão, com uma cor amarronzada que te fazia parecer transparente, depois viraste negro sem nenhum preconceito e sem medo de perde o rabo que acabasse perdendo. Pra sentir o calor do sol, botasse para fora essa cabeça feia com uma grande boca, olhos espaçados bem redondos e visse o mundo, e por ele caminhasse sem pai, sem mãe, sem lar e sem destino. Trôpego e saltitante seguisse para as pragas e entre uma flor e outra tiraste teu alimento, e daquela coisinha preta e buchuda, viraste um carregador de leite, mijão e barrigudo.
Tua língua é eficiente, e a usas para ganhar a vida, e isso é bom e só porque talvez você faça o bem, muito te odeiam sem te entender. Pouco importar querer impressionar comendo brasas ou se inchando para amortecer as pancadas que te dão, todos podem te expulsar, chutando, outras vezes te salgando, eles não entendem que apesar de ser feio eis útil, e parece que tua feiúra esconde tua utilidade, e quando nada entendem te apresentam a vassoura. Não sois bem vindo, a não ser que se torne príncipe, és o antônimo da beleza e o mais simples adjetivo para o menosprezo, assumindo assim o último degrau da humilhação. Mesmo sem dizer nada, cozem tua boca, e pior ainda quando te expõe o coração e as tripas, e tudo quanto queres é se refrescar, cantar e provar como és romântico.
Sabendo que poucos te entendem, ainda causa admiração, te invejam por ser completo, entendes a terra e a água, conheces os rios , os lagos e em qualquer poça se acomoda com perfeição. Se a água assusta a muitos, tu se mostras como maestro que não desafina e nunca morres afogado. Curioso teu nome pequeno que muito até te apelhidão com um maior, e entre sapo e cururu, sois apenas mais um, que aparece como trapo vindo de rios e riachos, e num lugar remoto, distante te tudo que te causou dor, teu nome acrescentou. Diferenciando de capoeira a corredeira, ficaste em cachoeira a terra que te adotou, e hoje com muito orgulho, com teu nome o lugar o batizou. E cachoeira do sapo em reconhecimento te aclamou, e mostrou com simplicidade, que a ignorância, por aqui não se projetou.
Lino sapo
28/12/2005
Ainda sois do tempo do preto e branco, mais branco do que preto. Chegaste com a fartura, crescesse sem frio, cheio de amigos e irmão, com uma cor amarronzada que te fazia parecer transparente, depois viraste negro sem nenhum preconceito e sem medo de perde o rabo que acabasse perdendo. Pra sentir o calor do sol, botasse para fora essa cabeça feia com uma grande boca, olhos espaçados bem redondos e visse o mundo, e por ele caminhasse sem pai, sem mãe, sem lar e sem destino. Trôpego e saltitante seguisse para as pragas e entre uma flor e outra tiraste teu alimento, e daquela coisinha preta e buchuda, viraste um carregador de leite, mijão e barrigudo.
Tua língua é eficiente, e a usas para ganhar a vida, e isso é bom e só porque talvez você faça o bem, muito te odeiam sem te entender. Pouco importar querer impressionar comendo brasas ou se inchando para amortecer as pancadas que te dão, todos podem te expulsar, chutando, outras vezes te salgando, eles não entendem que apesar de ser feio eis útil, e parece que tua feiúra esconde tua utilidade, e quando nada entendem te apresentam a vassoura. Não sois bem vindo, a não ser que se torne príncipe, és o antônimo da beleza e o mais simples adjetivo para o menosprezo, assumindo assim o último degrau da humilhação. Mesmo sem dizer nada, cozem tua boca, e pior ainda quando te expõe o coração e as tripas, e tudo quanto queres é se refrescar, cantar e provar como és romântico.
Sabendo que poucos te entendem, ainda causa admiração, te invejam por ser completo, entendes a terra e a água, conheces os rios , os lagos e em qualquer poça se acomoda com perfeição. Se a água assusta a muitos, tu se mostras como maestro que não desafina e nunca morres afogado. Curioso teu nome pequeno que muito até te apelhidão com um maior, e entre sapo e cururu, sois apenas mais um, que aparece como trapo vindo de rios e riachos, e num lugar remoto, distante te tudo que te causou dor, teu nome acrescentou. Diferenciando de capoeira a corredeira, ficaste em cachoeira a terra que te adotou, e hoje com muito orgulho, com teu nome o lugar o batizou. E cachoeira do sapo em reconhecimento te aclamou, e mostrou com simplicidade, que a ignorância, por aqui não se projetou.
Lino sapo
28/12/2005
sobejo social
SOBEJO SOCIAL
Eram apenas seis irmãos
Quatro somente é que não
Unidos de acordo com a situação
Irmãos forçados pela condição
Na cor tinham as mesmas distinções
Quatro negros e dois bem clarões
Mas todos eram grandes irmãos
Sofrendo tudo de todos com união
Todos com a mísera fome de atenção
Vivendo a dor mortífera da submissão
Alimentados por uma falsa ilusão
Que deus quis essa desigual divisão
Assim era novinho, Naldo e Damião
Também Janailton, Jose e Imbigão
Todos os filhos sofridos de separação
Apostando em deus como única salvação
Mil bis é banda de contagiante animação
Junta todos num único sonho, os flagelados irmãos
De pau de pião, liga e folha de papelão
A bateria ritma com a percussão
No vocal canta Janailton e Imbigão
Para a guitarra, novinho e Damião
Na bateria Naldo toca com animação
Seguido por José embalando em sua percussão
A Rua Zé Timóteo é o lugar das reuniões
No mercado as grandes apresentações
Lugar em que a dor se faz musicalização
E no palco da vida apresentam-se os irmãos
Que canta com alegria e dedicação
Escondendo as cicatrizes das humilhações
Além de negros, bastardos e órfãos
Filhos de pais separados frutos de desuniões
Meninos grudentos de sonhos e paixões
Segurando as rédeas da vida nas mãos
E os carros de latas puxados por cordões-
Vai-se a doce meninice na isolação
Na escola se aprende a distinguir as lições
Honestidade, dignidade, verdade e comunhão
Trabalho árduo para suas ascensões
E fugir dessa regra todos concordarão
Da escola se sai para a ação
Menosprezando-se toda falsa educação
Rouba-se coco, umbu, pinha e melão
Jerimum, pepino, Bajé, milho e feijão
E o sistema se constrói com nossa maldição
Pobreza aguda causa muita destruição
Os filhos da rua andam na contra mão
Todas as mães choram sem haver solução
Nazaré, Ana, as Maria, Damiana sofrem de aflições
Vendo os filhos sobejo da capitalista nação
Anestesiada com as dores da indignação
Misericórdias para deus pedem em orações
Melhoria para o ano, pois terá eleição
E o sonho de vida nova enche o coração
O tempo passando cresce os irmãos
Vivendo entre a escolha do sim e do não
Há tempo a banda entrou para as recordações
A vida acabou separando os irmãos
Entre os seis nenhum vínculo de união
Separaram-se todos seguindo suas ambições
Janailton, o líder deixou de ser chefão
Negro, pobre, caminhou sem direção
Hoje é evangélico se tornou verdadeiro irmão
Agora só canta para o Deus da salvação
Naldo por sua bateria não faz mais questão
Virou jogador de futebol jogando um bolão
Mais por um casamento deixou a profissão
Hoje vive trabalhando para alimentar o filhão
José, o Zé priquito ritimiza em outra direção
Os calos das mãos não são das percussões
Tornou-se vaqueiro andando de vaquejada e bolões
Casou-se também, coleciona troféus e é um grande campeão
Ronivaldo o novinho teve a mesma missão
Casou teve filhos, mas não separou do alazão
Já correu mais José em diversos bolões
Feliz do que tem vive como e entre os peões
O confuso de todos sempre foi Damião
Disposto pra tudo é mestre em enrolação
Com esposa e filha vive com satisfação
Virou evangélico e moto taxi é sua viração
Andrelino ou Linosapo é o antigo imbigão
Investiu sua vida no campo da educação
Solteiro é poeta, historiador e cientista da informação
E entre uma carona e outra faz sua formação
Os seis cresceram em abundante marginalização
O tempo porem mudou suas situações
E no jogo da vida acabou vencendo os irmãos
E nenhum foi morar como se esperava na prisão
Cachoeira do sapo foi o berço dessa união
Parnamirim, Riachuelo e em Japeganga eles estão
Natal também participou dessa divisão
Mas no coração de cada um, para sempre unidos estarão.
EM MEMÓRIA DESSES AMIGOS
Janailton : fia ou alex
Naldo: cural
Ronilvaldo: novinho
Damião: bolão
José: cabeça de navio ou Zé priquito
Andrelino: imbigão ou explicativo
Que nossos filhos não esqueçam jamais quem foram e como viveram seus pais, e que em cada um de nós, permaneça o respeito e o exemplo de que é possível vencer na vida, se curvando unicamente para Deus, aquele que nunca nos abandonou em nenhum momento.
Lino sapo : 02/04/2009
Para os meus amigos e irmãos de infância, hoje tão distante.
Eram apenas seis irmãos
Quatro somente é que não
Unidos de acordo com a situação
Irmãos forçados pela condição
Na cor tinham as mesmas distinções
Quatro negros e dois bem clarões
Mas todos eram grandes irmãos
Sofrendo tudo de todos com união
Todos com a mísera fome de atenção
Vivendo a dor mortífera da submissão
Alimentados por uma falsa ilusão
Que deus quis essa desigual divisão
Assim era novinho, Naldo e Damião
Também Janailton, Jose e Imbigão
Todos os filhos sofridos de separação
Apostando em deus como única salvação
Mil bis é banda de contagiante animação
Junta todos num único sonho, os flagelados irmãos
De pau de pião, liga e folha de papelão
A bateria ritma com a percussão
No vocal canta Janailton e Imbigão
Para a guitarra, novinho e Damião
Na bateria Naldo toca com animação
Seguido por José embalando em sua percussão
A Rua Zé Timóteo é o lugar das reuniões
No mercado as grandes apresentações
Lugar em que a dor se faz musicalização
E no palco da vida apresentam-se os irmãos
Que canta com alegria e dedicação
Escondendo as cicatrizes das humilhações
Além de negros, bastardos e órfãos
Filhos de pais separados frutos de desuniões
Meninos grudentos de sonhos e paixões
Segurando as rédeas da vida nas mãos
E os carros de latas puxados por cordões-
Vai-se a doce meninice na isolação
Na escola se aprende a distinguir as lições
Honestidade, dignidade, verdade e comunhão
Trabalho árduo para suas ascensões
E fugir dessa regra todos concordarão
Da escola se sai para a ação
Menosprezando-se toda falsa educação
Rouba-se coco, umbu, pinha e melão
Jerimum, pepino, Bajé, milho e feijão
E o sistema se constrói com nossa maldição
Pobreza aguda causa muita destruição
Os filhos da rua andam na contra mão
Todas as mães choram sem haver solução
Nazaré, Ana, as Maria, Damiana sofrem de aflições
Vendo os filhos sobejo da capitalista nação
Anestesiada com as dores da indignação
Misericórdias para deus pedem em orações
Melhoria para o ano, pois terá eleição
E o sonho de vida nova enche o coração
O tempo passando cresce os irmãos
Vivendo entre a escolha do sim e do não
Há tempo a banda entrou para as recordações
A vida acabou separando os irmãos
Entre os seis nenhum vínculo de união
Separaram-se todos seguindo suas ambições
Janailton, o líder deixou de ser chefão
Negro, pobre, caminhou sem direção
Hoje é evangélico se tornou verdadeiro irmão
Agora só canta para o Deus da salvação
Naldo por sua bateria não faz mais questão
Virou jogador de futebol jogando um bolão
Mais por um casamento deixou a profissão
Hoje vive trabalhando para alimentar o filhão
José, o Zé priquito ritimiza em outra direção
Os calos das mãos não são das percussões
Tornou-se vaqueiro andando de vaquejada e bolões
Casou-se também, coleciona troféus e é um grande campeão
Ronivaldo o novinho teve a mesma missão
Casou teve filhos, mas não separou do alazão
Já correu mais José em diversos bolões
Feliz do que tem vive como e entre os peões
O confuso de todos sempre foi Damião
Disposto pra tudo é mestre em enrolação
Com esposa e filha vive com satisfação
Virou evangélico e moto taxi é sua viração
Andrelino ou Linosapo é o antigo imbigão
Investiu sua vida no campo da educação
Solteiro é poeta, historiador e cientista da informação
E entre uma carona e outra faz sua formação
Os seis cresceram em abundante marginalização
O tempo porem mudou suas situações
E no jogo da vida acabou vencendo os irmãos
E nenhum foi morar como se esperava na prisão
Cachoeira do sapo foi o berço dessa união
Parnamirim, Riachuelo e em Japeganga eles estão
Natal também participou dessa divisão
Mas no coração de cada um, para sempre unidos estarão.
EM MEMÓRIA DESSES AMIGOS
Janailton : fia ou alex
Naldo: cural
Ronilvaldo: novinho
Damião: bolão
José: cabeça de navio ou Zé priquito
Andrelino: imbigão ou explicativo
Que nossos filhos não esqueçam jamais quem foram e como viveram seus pais, e que em cada um de nós, permaneça o respeito e o exemplo de que é possível vencer na vida, se curvando unicamente para Deus, aquele que nunca nos abandonou em nenhum momento.
Lino sapo : 02/04/2009
Para os meus amigos e irmãos de infância, hoje tão distante.
negritude pobre
NEGRITUDE POBRE
Catarro descendo
Mosquito pairando
Feridas escorrendo
Piolhos coçando
Dentes cariados
Calos nas mãos
Tisnado nos braços
Amarrado o calção
Cabelos assanhados
Remela nos oio
Unhão arrancado
Vidinha que dói
Menino sem sorte
De bucho crescido
Lombrigas da morte
Dum nego desnutrido
De roupa de chita
Conjuntinho ganhou
Desfilando como artista
Roupa de defunto usou
Caderno novo que não veio
Pra o cotôco de lápis usar
A chinela que partiu no meio
E o pé no chão a espinhar
Uma árvore, doze casas.
Seus lares aconchegantes
Que abrigou em suas asas
A família de retirantes
Pobre mais muito feliz
Até o casal se separar
Por maldade infeliz
Que marcou o caminhar
O quarto mais novo
O único dos cinco
Seu pai foi seu povo
Que o criou no sinto
A mãe está cadáver
De tanto parir
É a fome que a bebe
E matar o existir
É irmão das vadias
Que o povo julgou
Que aceita os dias
Com honra e fervor
Maltrapilho da vida
Que por sina herdou
Bunda de mochila
Por ser nego ganhou
Vagabundo inocente
Que amor conquistou
Restinho de gente
Que o mundo espancou
Que não morre de medo
De fome ou de dor
Que desde bem cedo
Almoçou o favor
Conhece a tristeza
A paixão, o terror.
E canta a beleza
Da solidão dum amor
O corpo surrado
Da pisa da vida
Se encontra suado
Da longa partida
Não se enverga pra o tempo
Não tem tempo a perder
Vive a cada momento
Humildemente a aprender
Acredita no sonho
E lutar sem parar
Seguindo sozinho
Pra o mundo abraçar
Mas se um dia precisar
Se por acaso pretender
Eu posso te ensinar
A arte de vencer
Sem nenhum preconceito
Sem maldade a falar
Aprenda estufar o peito
E ao pobre respeitar
A vida da muitas voltas
E as coisas podem mudar
Quem ontem passou fome
Hoje pode te alimentar
Meu passado vive em mim
E nunca irei negar
Lágrimas que derramei por tiii
Um dia irás pagar
Que espere querida
A resposta outra vez
Você bem nascida
Filha da estupidez
Não chores querida
Olhe o dia que vem
Esteja mais linda
Meu presente do bem
Insista em viver
Assim como fiz
Esquecendo o sofrer
Disfarçando a cicatriz
Invista nos teus
Mas não seja vulgar
Agradeça a teu deus
Só ele pode te perdoar
Lino sapo, andrelino da silva ( 28/10/2008)
Catarro descendo
Mosquito pairando
Feridas escorrendo
Piolhos coçando
Dentes cariados
Calos nas mãos
Tisnado nos braços
Amarrado o calção
Cabelos assanhados
Remela nos oio
Unhão arrancado
Vidinha que dói
Menino sem sorte
De bucho crescido
Lombrigas da morte
Dum nego desnutrido
De roupa de chita
Conjuntinho ganhou
Desfilando como artista
Roupa de defunto usou
Caderno novo que não veio
Pra o cotôco de lápis usar
A chinela que partiu no meio
E o pé no chão a espinhar
Uma árvore, doze casas.
Seus lares aconchegantes
Que abrigou em suas asas
A família de retirantes
Pobre mais muito feliz
Até o casal se separar
Por maldade infeliz
Que marcou o caminhar
O quarto mais novo
O único dos cinco
Seu pai foi seu povo
Que o criou no sinto
A mãe está cadáver
De tanto parir
É a fome que a bebe
E matar o existir
É irmão das vadias
Que o povo julgou
Que aceita os dias
Com honra e fervor
Maltrapilho da vida
Que por sina herdou
Bunda de mochila
Por ser nego ganhou
Vagabundo inocente
Que amor conquistou
Restinho de gente
Que o mundo espancou
Que não morre de medo
De fome ou de dor
Que desde bem cedo
Almoçou o favor
Conhece a tristeza
A paixão, o terror.
E canta a beleza
Da solidão dum amor
O corpo surrado
Da pisa da vida
Se encontra suado
Da longa partida
Não se enverga pra o tempo
Não tem tempo a perder
Vive a cada momento
Humildemente a aprender
Acredita no sonho
E lutar sem parar
Seguindo sozinho
Pra o mundo abraçar
Mas se um dia precisar
Se por acaso pretender
Eu posso te ensinar
A arte de vencer
Sem nenhum preconceito
Sem maldade a falar
Aprenda estufar o peito
E ao pobre respeitar
A vida da muitas voltas
E as coisas podem mudar
Quem ontem passou fome
Hoje pode te alimentar
Meu passado vive em mim
E nunca irei negar
Lágrimas que derramei por tiii
Um dia irás pagar
Que espere querida
A resposta outra vez
Você bem nascida
Filha da estupidez
Não chores querida
Olhe o dia que vem
Esteja mais linda
Meu presente do bem
Insista em viver
Assim como fiz
Esquecendo o sofrer
Disfarçando a cicatriz
Invista nos teus
Mas não seja vulgar
Agradeça a teu deus
Só ele pode te perdoar
Lino sapo, andrelino da silva ( 28/10/2008)
poesia da cachoeira
CACHOEIRA DO SAPO
Cachoeira do sapo desvirginada antes de nascer ,
Por tropeiros valentes em suas entranhas a percorrer.
Nascida isolada depois de batizada em recantos tão errantes,
Crescendo cheia de vida adotada por pais distante.
Com remonto de segredos que embeleza o existir,
Triunfante como um cometa no seu curso a seguir,
Foste menina que a infância não celebrou,
Devendo obediência a quem não se importou,
Adolescente rebelde que já que andar sozinha,
Nos caminhos da vida já sabe cobrar carinho.
Sempre fostes mãe antes que soubesse caminhar,
De seca a inverno sempre no mesmo lugar
Um presente que Deus deu a quem não sabe cuidar,
Guardas em teu seio segredos de lutas longas a conquistar.
Tua alma espelha a grandeza daqueles que a povoou,
E chora com saudade aqueles que te amou.
Entre o chorão e o purão tuas lagrimas despejou,
Por Inês que foi embora e Sofia que não chegou.
Tão linda como era quando belas fica a encantar,
Mas triste como Danaê sem a chuva a encontrar.
O sol que brilha nascendo por trás das serras a coroa de magia,
E a criança que chora procurando o peito da mãe
É tão viva quanto a lua que a vigia.
Teus rochedos são tão fortes que parecem Sansão.
Tens ventos suaves que alivia o fardo do pobre coração.
Cachoeira das Damianas,das coroas de espinhos.
Sois cigana que sangra cada ano um pouquinho.
Teu poeta é tão simples que nem parece existir,
Mas te louva com amor e te planta na memória
Para no futuro te dividir.
Cachoeira do sapo desvirginada antes de nascer ,
Por tropeiros valentes em suas entranhas a percorrer.
Nascida isolada depois de batizada em recantos tão errantes,
Crescendo cheia de vida adotada por pais distante.
Com remonto de segredos que embeleza o existir,
Triunfante como um cometa no seu curso a seguir,
Foste menina que a infância não celebrou,
Devendo obediência a quem não se importou,
Adolescente rebelde que já que andar sozinha,
Nos caminhos da vida já sabe cobrar carinho.
Sempre fostes mãe antes que soubesse caminhar,
De seca a inverno sempre no mesmo lugar
Um presente que Deus deu a quem não sabe cuidar,
Guardas em teu seio segredos de lutas longas a conquistar.
Tua alma espelha a grandeza daqueles que a povoou,
E chora com saudade aqueles que te amou.
Entre o chorão e o purão tuas lagrimas despejou,
Por Inês que foi embora e Sofia que não chegou.
Tão linda como era quando belas fica a encantar,
Mas triste como Danaê sem a chuva a encontrar.
O sol que brilha nascendo por trás das serras a coroa de magia,
E a criança que chora procurando o peito da mãe
É tão viva quanto a lua que a vigia.
Teus rochedos são tão fortes que parecem Sansão.
Tens ventos suaves que alivia o fardo do pobre coração.
Cachoeira das Damianas,das coroas de espinhos.
Sois cigana que sangra cada ano um pouquinho.
Teu poeta é tão simples que nem parece existir,
Mas te louva com amor e te planta na memória
Para no futuro te dividir.
minha tapera
MINHA TAPERA
Quem dera fosse uma mansão
Com quarto, cozinha, banheiro e salão.
Não, não era.
Era miúda com cacto crescendo em suas telhas,
Como cresce verrugas em crianças que contam estrelas.
Tortinha e pensa,
Baixinha e magra,
Suas varas apareciam amarradas com embira
E coberta com folhas de marmeleiro.
Parecia um menino buchudo e desnutrido
Com os pés cheios de feridas.
Assim, ficava
Quando o barro começava a caí dos paus que a segurava.
Barroquenta e fria,
Com meus pés tocando o chão,
A sentia e a via,
Com os olhos remelentos rodeados de mosquitos.
Suas janelas viam os lados
E quando suas portas se fechavam,
As tramelas eram transpassadas
Para dar segurança;
Segurança desnecessária.
Em suas paredes estavam as digitais
Dos dedos marcados no barro seco,
Legado da luta que foi construí-la.
E as frestas de suas telhas,
Quando não tinha uma lata de óleo aberta substituindo uma,
Clareavam o chão batido do piso.
As restas redondinhas ou ovais
Seguiam seu caminho ao contrário do sol.
Em suas rachaduras,
Ficava o habitat dos insetos,
Que furavam seus buraquinhos redondos.
Maribondos também faziam suas casas
Nas linhas de facheiro ou nos caibros de mufumbo.
Minha tapera,
Que não era só minha,
Abrigava sapos, ratos,
Cobras, lagartixas, víboras, maribondos e muriçocas.
Minha tapera,
Que na chuva quase se desfazia por completa
e que na minha infância seu barro era comestível
Tão fria e lamacenta,
Fedorenta e fumacenta.
Lembro ainda do teu fogão de lenha,
Das tripas e preás espendurados num cordão,
Da portinha toda emendada,
Dos armadores da minha rede,
Do pote no canto da sala,
Do cupinzeiro na furquia.
Ah! Que lembrança salgada,
Lembranças das noites mal dormidas
Em que as goteiras caiam dentro de minha rede
Ou os grilos cantavam nos rachões do barro até de manhã.
Velha minha,
Velha tapera,
Hoje já não estais aqui.
Teu barro foi nas águas do riacho
Que tanto nos acordou no meio da noite (com água)
Querendo nos levar.
Tua madeira foi queimada nos fogões da vizinhança
E nas fogueiras de são João.
Tuas poucas telhas
Não serviram para nada,
Nem mesmo para cobrir a casa do meu cachorro,
Virou aterro para o baldame de tua substituta.
Minha querida tapera,
Da minha infância nostálgica,
Ainda lembro de teus quatros repartimentos,
Da meia parede,
Dos papelões tapando teus buracos,
Das pontas de vara nos portais
Arranhando-nos os braços ao passar.
Quantos sonhos de te substituir
Elaborados dentro de ti!
Separamo-nos
Como quem há tempo desejava.
Mesmo ao longe,
Via-te erguida.
Tristinha,
Como se sentisses a minha saída.
Em pouco tempo,
Viesses ao chão
Se desmanchando por completa
E não duraste muito até desapareceres,
Ficando apenas marcas tuas
Do lugar onde foste erguida.
Não te guardei os restos mortais pequenina,
Mas te gravei pra sempre em meu coração,
Que parece te encontra em cada arranha céu que vejo,
Hoje, ele parece ser do mesmo barro que você,
Pois acolhe a todos
Dentro de seus limites, que queira nele viver.
Andrelino da silva ( Lino sapo)
Cachoeira do sapo/ RN, 28/11/2006
Homenagem a tapera em que vivi minha infância
Quem dera fosse uma mansão
Com quarto, cozinha, banheiro e salão.
Não, não era.
Era miúda com cacto crescendo em suas telhas,
Como cresce verrugas em crianças que contam estrelas.
Tortinha e pensa,
Baixinha e magra,
Suas varas apareciam amarradas com embira
E coberta com folhas de marmeleiro.
Parecia um menino buchudo e desnutrido
Com os pés cheios de feridas.
Assim, ficava
Quando o barro começava a caí dos paus que a segurava.
Barroquenta e fria,
Com meus pés tocando o chão,
A sentia e a via,
Com os olhos remelentos rodeados de mosquitos.
Suas janelas viam os lados
E quando suas portas se fechavam,
As tramelas eram transpassadas
Para dar segurança;
Segurança desnecessária.
Em suas paredes estavam as digitais
Dos dedos marcados no barro seco,
Legado da luta que foi construí-la.
E as frestas de suas telhas,
Quando não tinha uma lata de óleo aberta substituindo uma,
Clareavam o chão batido do piso.
As restas redondinhas ou ovais
Seguiam seu caminho ao contrário do sol.
Em suas rachaduras,
Ficava o habitat dos insetos,
Que furavam seus buraquinhos redondos.
Maribondos também faziam suas casas
Nas linhas de facheiro ou nos caibros de mufumbo.
Minha tapera,
Que não era só minha,
Abrigava sapos, ratos,
Cobras, lagartixas, víboras, maribondos e muriçocas.
Minha tapera,
Que na chuva quase se desfazia por completa
e que na minha infância seu barro era comestível
Tão fria e lamacenta,
Fedorenta e fumacenta.
Lembro ainda do teu fogão de lenha,
Das tripas e preás espendurados num cordão,
Da portinha toda emendada,
Dos armadores da minha rede,
Do pote no canto da sala,
Do cupinzeiro na furquia.
Ah! Que lembrança salgada,
Lembranças das noites mal dormidas
Em que as goteiras caiam dentro de minha rede
Ou os grilos cantavam nos rachões do barro até de manhã.
Velha minha,
Velha tapera,
Hoje já não estais aqui.
Teu barro foi nas águas do riacho
Que tanto nos acordou no meio da noite (com água)
Querendo nos levar.
Tua madeira foi queimada nos fogões da vizinhança
E nas fogueiras de são João.
Tuas poucas telhas
Não serviram para nada,
Nem mesmo para cobrir a casa do meu cachorro,
Virou aterro para o baldame de tua substituta.
Minha querida tapera,
Da minha infância nostálgica,
Ainda lembro de teus quatros repartimentos,
Da meia parede,
Dos papelões tapando teus buracos,
Das pontas de vara nos portais
Arranhando-nos os braços ao passar.
Quantos sonhos de te substituir
Elaborados dentro de ti!
Separamo-nos
Como quem há tempo desejava.
Mesmo ao longe,
Via-te erguida.
Tristinha,
Como se sentisses a minha saída.
Em pouco tempo,
Viesses ao chão
Se desmanchando por completa
E não duraste muito até desapareceres,
Ficando apenas marcas tuas
Do lugar onde foste erguida.
Não te guardei os restos mortais pequenina,
Mas te gravei pra sempre em meu coração,
Que parece te encontra em cada arranha céu que vejo,
Hoje, ele parece ser do mesmo barro que você,
Pois acolhe a todos
Dentro de seus limites, que queira nele viver.
Andrelino da silva ( Lino sapo)
Cachoeira do sapo/ RN, 28/11/2006
Homenagem a tapera em que vivi minha infância
coisas do sertão de antes 1
Coisa do sertão de antes
Sou do tempo que Fanta era Remédio;
Sabonete presente de Aniversário;
Rapa de Juá era Xampu;
Que sandália Havaianas era chinela Japonesa;
E quando velha tinha apetrecho
Uma correia de outra cor ou
Um arame amarrando o pitôco do cabresto.
Sou do tempo que banheiros eram de palhas de coqueiros;
E as telhas da cozinha pretas da lenha queimada no fogão;
Sou do tempo que prato era lata de goiabada;
Do tempo que cafeteira era bule;
Que lençol, pano de prato, toalha e coador de café
Eram de sacos de açúcar.
Sou do tempo que toda casa tinha um pote de barro
E um coador d’água;
Um palanque, um banco e uma lamparina;
Um pinico debaixo da cama;
Do tempo em que espantava muriçoca
Queimando bosta de gado ou bucha de coco.
Do tempo que toda casa tinha um pulêro;
Do tempo em que moia o milho para fazer o pão;
Do tempo em que bica era de lata de óleo;
Que a cisterna era um tambor no oitão da casa;
Que leite de avelóz era cola;
Que vassoura era de vassourinha.
Que vidro de desodorante era enfeite;
Que o pão era enrolado em papel;
Que menino novo vinha de avião;
E bicho papão pegava menino;
Do tempo em que passava álcool em catapora;
Que arrancava dente com linha de algodão.
Do tempo que bandaid era folha de mato verde;
Sou do tempo de tertulha e assustado;
Que o lanche da hora era refresco com Dalila e pão doce;
Que caminho era vareda;
Que creme para axilas era limão nos sovacos;
Que vacina era injeção.
Que sexo era cabimento, transar era pimbar;
Que menino sujo era grudento e
Quando cheirava mal fedia a tampo;
Que pum era peido;
Que concha era quenga de coco;
Do tempo que copo era caneco.
Que facheada era com piraca;
Que creme para cabelo era óleo de coco;
Que toda casa tinha um pau de galão;
Um motor rádio sintonizado na rural;
Cabugi ou araruna;
Sou do tempo dos repentistas.
Do tempo que o colégio era grupo; e
Que cabaré era curral de jumenta;
Do tempo que diarréia era difrusso;
Que prótese dentária era chapa;
Que papel higiênico era sabugo;
Que o aveloz era banheiro.
No tempo em que guardava roupa em mala;
No tempo em que rapaz chique
Andava com pente e espelho no bolso;
No tempo que beijo era cheiro;
Amar era querer bem;
Flores eram rosas
Traição era chamego
Sapo era cururu;
Do tempo em que fumo era de rolo;
E cigarro era brejeiro;
Que menino grudento se esfregava com caco de telha;
E carro de brinquedo era feito com lata de sardinha
E os pneus com chinela japonesa.
Do tempo que elástico era de liga de câmara de ar;
Roupa era de chita;
Que banho era de cuia;
Que brincadeira de criança era tô no poço;
Que mingau era de araruta;
Que se tomava água de cabaço.
Que homem mal era malfazejo;
Que lixeiro e munturo era sisqueiro.
Que cama, era de vara e o colchão de junco
Que casa era de taipa,
Que tinha na sala enfeitado um monte de fotos de candidato apregado com sabão.
Sou do tempo do voto de favor
Do tempo que burro tinha valor,
Que andava com caçuar, barrie, cambinte,cangaia e rabichola.
Sou do tempo de bacurau e arara,
Que andava com uma árvore nas costa acompanhando a passeata.
Sou do tempo de metiolate e confeito xaxá
Do tempo das frentes emergenciais,
Do feijão duro na queda e do burgô.
Sou de um tempo que as roupas tinham remendos,
Que passavam pernas de veado pra os meninos andar ligeiro,
e água de chocalho para falar rápido.
Que brinquedo bom era cavalo de pau.
Sou de um tempo que os meninos andavam nu ate aos 10 anos.
Que as meninas passava cebola nos peito pra crescerem.
Do tempo que no são João o forró era de sanfona,
E as fogueiras queimavam até o outro dia,
Depois de ter assado muito milho e feito muito batizado.
Tempo em que se usava chapéu de palha,
Sabão de coco pra tomar banho
Sou do tempo de apragata de sola
Que debulhava feijão no cacete,
Que menino novo tomava banho em agridar.
Sou do tempo de garfo marfim,
De lobisomem e saci pererê.
De ferro a brasa.
Sou do tempo da hora pelo sol
Sou de um tempo em que havia respeito,
Que menino não passava em meio de pessoas que estavam conversando.
Nem se metia na conversa.
Que se tomava a benção aos mais velhos.
E que na escola, castigo era ajoelhado em cima de milho.
Sou do tempo do tempo que não volta mais
andrelino da silva ( lino sapo)
Sou do tempo que Fanta era Remédio;
Sabonete presente de Aniversário;
Rapa de Juá era Xampu;
Que sandália Havaianas era chinela Japonesa;
E quando velha tinha apetrecho
Uma correia de outra cor ou
Um arame amarrando o pitôco do cabresto.
Sou do tempo que banheiros eram de palhas de coqueiros;
E as telhas da cozinha pretas da lenha queimada no fogão;
Sou do tempo que prato era lata de goiabada;
Do tempo que cafeteira era bule;
Que lençol, pano de prato, toalha e coador de café
Eram de sacos de açúcar.
Sou do tempo que toda casa tinha um pote de barro
E um coador d’água;
Um palanque, um banco e uma lamparina;
Um pinico debaixo da cama;
Do tempo em que espantava muriçoca
Queimando bosta de gado ou bucha de coco.
Do tempo que toda casa tinha um pulêro;
Do tempo em que moia o milho para fazer o pão;
Do tempo em que bica era de lata de óleo;
Que a cisterna era um tambor no oitão da casa;
Que leite de avelóz era cola;
Que vassoura era de vassourinha.
Que vidro de desodorante era enfeite;
Que o pão era enrolado em papel;
Que menino novo vinha de avião;
E bicho papão pegava menino;
Do tempo em que passava álcool em catapora;
Que arrancava dente com linha de algodão.
Do tempo que bandaid era folha de mato verde;
Sou do tempo de tertulha e assustado;
Que o lanche da hora era refresco com Dalila e pão doce;
Que caminho era vareda;
Que creme para axilas era limão nos sovacos;
Que vacina era injeção.
Que sexo era cabimento, transar era pimbar;
Que menino sujo era grudento e
Quando cheirava mal fedia a tampo;
Que pum era peido;
Que concha era quenga de coco;
Do tempo que copo era caneco.
Que facheada era com piraca;
Que creme para cabelo era óleo de coco;
Que toda casa tinha um pau de galão;
Um motor rádio sintonizado na rural;
Cabugi ou araruna;
Sou do tempo dos repentistas.
Do tempo que o colégio era grupo; e
Que cabaré era curral de jumenta;
Do tempo que diarréia era difrusso;
Que prótese dentária era chapa;
Que papel higiênico era sabugo;
Que o aveloz era banheiro.
No tempo em que guardava roupa em mala;
No tempo em que rapaz chique
Andava com pente e espelho no bolso;
No tempo que beijo era cheiro;
Amar era querer bem;
Flores eram rosas
Traição era chamego
Sapo era cururu;
Do tempo em que fumo era de rolo;
E cigarro era brejeiro;
Que menino grudento se esfregava com caco de telha;
E carro de brinquedo era feito com lata de sardinha
E os pneus com chinela japonesa.
Do tempo que elástico era de liga de câmara de ar;
Roupa era de chita;
Que banho era de cuia;
Que brincadeira de criança era tô no poço;
Que mingau era de araruta;
Que se tomava água de cabaço.
Que homem mal era malfazejo;
Que lixeiro e munturo era sisqueiro.
Que cama, era de vara e o colchão de junco
Que casa era de taipa,
Que tinha na sala enfeitado um monte de fotos de candidato apregado com sabão.
Sou do tempo do voto de favor
Do tempo que burro tinha valor,
Que andava com caçuar, barrie, cambinte,cangaia e rabichola.
Sou do tempo de bacurau e arara,
Que andava com uma árvore nas costa acompanhando a passeata.
Sou do tempo de metiolate e confeito xaxá
Do tempo das frentes emergenciais,
Do feijão duro na queda e do burgô.
Sou de um tempo que as roupas tinham remendos,
Que passavam pernas de veado pra os meninos andar ligeiro,
e água de chocalho para falar rápido.
Que brinquedo bom era cavalo de pau.
Sou de um tempo que os meninos andavam nu ate aos 10 anos.
Que as meninas passava cebola nos peito pra crescerem.
Do tempo que no são João o forró era de sanfona,
E as fogueiras queimavam até o outro dia,
Depois de ter assado muito milho e feito muito batizado.
Tempo em que se usava chapéu de palha,
Sabão de coco pra tomar banho
Sou do tempo de apragata de sola
Que debulhava feijão no cacete,
Que menino novo tomava banho em agridar.
Sou do tempo de garfo marfim,
De lobisomem e saci pererê.
De ferro a brasa.
Sou do tempo da hora pelo sol
Sou de um tempo em que havia respeito,
Que menino não passava em meio de pessoas que estavam conversando.
Nem se metia na conversa.
Que se tomava a benção aos mais velhos.
E que na escola, castigo era ajoelhado em cima de milho.
Sou do tempo do tempo que não volta mais
andrelino da silva ( lino sapo)
comida de pobre
COMIDA DE POBRE
A rede transpassada no corredor ringia ao passar por baixo dos punhos, assim eu ouvia após o galo cantar, o sono não deixava eu me levantar até que minha mãe chamava pra ir pra escola. E assim começava meu dia, geralmente embaixo da rede uma poça de mijo, e já despertava com um carão. Lembro de minha rotina e meus sonhos, acordava as seis da manhã e tomava aquele castigo de banho com um litro d’água, que era melhor uma chinelada, comia aquele escaldado de leite com farinha ou então uma farofa de óleo com colorau e cebola, e um café de Bajé de algaroba adoçado com rapadura. O açúcar sempre acabava, ao voltar do casulo algumas vezes tinha feijão com farinha e eu comia fazendo macaco, as vezes tinha piaba ou preá assado na brasa. Mas disso eu já estava abusado, minha mãe trazia leite para eu comer com jerimum, mas eu também não queria, e me amoava, e ela usava sempre o mesmo termo; o comer dos amoados engorda os enjeitados, e dava meu comer para outro.
Eu queria outra coisa queria picado ou buchada, e quando via que não conseguia, começava a chorar até que ela vinha me adular com farinha com açúcar ou ximbel, mas minha raiva não deixava aceitar. Então eu ia pra casa dos meus amigos e lá comia batata assada ou puxa-puxa de rapadura, às vezes quando as coisas tavam boas na casa do vizinho, comia fubá de farinha de milho ou doce de Bajé de algaroba. Mas quando não tinha nada, pegava minha baladeira e ia para o mato, lá eu comia inco ou gogoia. De tarde quando tudo melhorava voltava, minha mãe fazia bejú no caco, com farofa de nata de leite para o lanche vespertino. Quando a noite chegava o quarenta já tava na panela, mas o fogo que fumaçava ainda estava preparando o café do meu pai pra ele levar pra o minero no outro dia, era um pão de milho feito numa cuscuzeira de barro todo enrolado num pano.
Mas minhas irmãs e eu queríamos angu ou xerem, o quarenta era salgado e a gente não gostava. Minha mãe sempre boa; dizia amanhã eu faço baião de dois. E assim nossa vida seguia. Nos finais de semana as coisa mudavam, no café tinha bolacha, minha mãe tratava uma galinha para alguém e a gente comia um cozinhado das tripas. A noite tinha cuscuz com coalhada, às vezes minha mãe fazia uma cabeça de galo pra meu pai quando chegava bêbado, e assim seguia nosso rumo. As coisas mudavam mesmo no inverno com a fartura de milho e feijão, nesse tempo a briga era para rapar o caldeirão da canjica, a pamonha dava um bucho inchado danado, sempre comiamos quente, nem esperávamos esfriar. Era um bom tempo, tempo de mugunzá, de feijão verde com maxixe e quiabo com panelada. Essa foi a minha vida nutricional até papai ir embora, depois disso nada de ximbel, de munguzá, de feijão fazendo macaco, nem mesmo o quarenta ficou.
LINOSAPO
2009
A rede transpassada no corredor ringia ao passar por baixo dos punhos, assim eu ouvia após o galo cantar, o sono não deixava eu me levantar até que minha mãe chamava pra ir pra escola. E assim começava meu dia, geralmente embaixo da rede uma poça de mijo, e já despertava com um carão. Lembro de minha rotina e meus sonhos, acordava as seis da manhã e tomava aquele castigo de banho com um litro d’água, que era melhor uma chinelada, comia aquele escaldado de leite com farinha ou então uma farofa de óleo com colorau e cebola, e um café de Bajé de algaroba adoçado com rapadura. O açúcar sempre acabava, ao voltar do casulo algumas vezes tinha feijão com farinha e eu comia fazendo macaco, as vezes tinha piaba ou preá assado na brasa. Mas disso eu já estava abusado, minha mãe trazia leite para eu comer com jerimum, mas eu também não queria, e me amoava, e ela usava sempre o mesmo termo; o comer dos amoados engorda os enjeitados, e dava meu comer para outro.
Eu queria outra coisa queria picado ou buchada, e quando via que não conseguia, começava a chorar até que ela vinha me adular com farinha com açúcar ou ximbel, mas minha raiva não deixava aceitar. Então eu ia pra casa dos meus amigos e lá comia batata assada ou puxa-puxa de rapadura, às vezes quando as coisas tavam boas na casa do vizinho, comia fubá de farinha de milho ou doce de Bajé de algaroba. Mas quando não tinha nada, pegava minha baladeira e ia para o mato, lá eu comia inco ou gogoia. De tarde quando tudo melhorava voltava, minha mãe fazia bejú no caco, com farofa de nata de leite para o lanche vespertino. Quando a noite chegava o quarenta já tava na panela, mas o fogo que fumaçava ainda estava preparando o café do meu pai pra ele levar pra o minero no outro dia, era um pão de milho feito numa cuscuzeira de barro todo enrolado num pano.
Mas minhas irmãs e eu queríamos angu ou xerem, o quarenta era salgado e a gente não gostava. Minha mãe sempre boa; dizia amanhã eu faço baião de dois. E assim nossa vida seguia. Nos finais de semana as coisa mudavam, no café tinha bolacha, minha mãe tratava uma galinha para alguém e a gente comia um cozinhado das tripas. A noite tinha cuscuz com coalhada, às vezes minha mãe fazia uma cabeça de galo pra meu pai quando chegava bêbado, e assim seguia nosso rumo. As coisas mudavam mesmo no inverno com a fartura de milho e feijão, nesse tempo a briga era para rapar o caldeirão da canjica, a pamonha dava um bucho inchado danado, sempre comiamos quente, nem esperávamos esfriar. Era um bom tempo, tempo de mugunzá, de feijão verde com maxixe e quiabo com panelada. Essa foi a minha vida nutricional até papai ir embora, depois disso nada de ximbel, de munguzá, de feijão fazendo macaco, nem mesmo o quarenta ficou.
LINOSAPO
2009
cachoeira do sapo
A minha amada terra (cachoeira do sapo)
Onde as águas rolam fortes, onde as pedras são sem igual
Onde o vento é maravilha, onde tudo é bem normal
A natureza é uma beleza, E que por aqui ficou
A fauna e a flora que o tempo conservou.
Tudo é maravilhoso, por aqui se pode ver
Já sabemos quem criou, e agradecemos ao senhor.
Como prova de sua grandeza essa terra povoou
Com criaturas exóticas e homem de valor
Obrigado pelo presente que vós nos deixou
O orgulho dessa gente, é que cachoeira do sapo se tornou.
Que eu sou cachoessapense, eu sou.
Com muito orgulho e muito amor.
Cachoeira do sapo eu sei,
Nesta terra me criei.
Foi aqui que eu nasci, por aqui aprendi
O que deve cultivar, o amor e a alegria
Sempre em grande parceria, eternamente iremos levar.
Nossa dor é quase nada e foi imediatamente superada,
Transformada em piada para quem nos escutar.
E a força dessa gente, se deve ao lugar
Nossa historia é forte, não se pode duvidar
Houve conflitos teve mortes, Mas deixou tudo pra lá
Hoje o povo é feliz e pode se orgulhar,
Pois nos restou, a paz para contemplar.
Que eu sou cachoessapense, eu sou.
Com muito orgulho e muito amor.
Cachoeira do sapo eu sei,
Nesta terra me criei.
De seca a inverno, de janeiro a dezembro
Essa terra não deixou seus filhos morrerem em desalento
Água pra matar a sede e pão pra saciar fome
A vida por aqui é bela, e molda nosso homem
De Pedro leite a Junior Bernardo, de Silvio a andrelino
Vivemos de realizar sonhos, que nasceram quando menino
De Neném loicera a Zé Quixaba, de Nicolau a expedito
Nossa sociedade é organizada, esse é o lado mais bonito
São José nosso padroeiro e também bom protetor
Ajude aos filhos de cachoeira do sapo, a viver com muito amor.
Que eu sou cachoessapense, eu sou.
Com muito orgulho e muito amor.
Cachoeira do sapo eu sei,
Nesta terra me criei.
Poesia de andrelino da silva (Lino Sapo)
A amada terra de cachoeira do sapo.
Onde as águas rolam fortes, onde as pedras são sem igual
Onde o vento é maravilha, onde tudo é bem normal
A natureza é uma beleza, E que por aqui ficou
A fauna e a flora que o tempo conservou.
Tudo é maravilhoso, por aqui se pode ver
Já sabemos quem criou, e agradecemos ao senhor.
Como prova de sua grandeza essa terra povoou
Com criaturas exóticas e homem de valor
Obrigado pelo presente que vós nos deixou
O orgulho dessa gente, é que cachoeira do sapo se tornou.
Que eu sou cachoessapense, eu sou.
Com muito orgulho e muito amor.
Cachoeira do sapo eu sei,
Nesta terra me criei.
Foi aqui que eu nasci, por aqui aprendi
O que deve cultivar, o amor e a alegria
Sempre em grande parceria, eternamente iremos levar.
Nossa dor é quase nada e foi imediatamente superada,
Transformada em piada para quem nos escutar.
E a força dessa gente, se deve ao lugar
Nossa historia é forte, não se pode duvidar
Houve conflitos teve mortes, Mas deixou tudo pra lá
Hoje o povo é feliz e pode se orgulhar,
Pois nos restou, a paz para contemplar.
Que eu sou cachoessapense, eu sou.
Com muito orgulho e muito amor.
Cachoeira do sapo eu sei,
Nesta terra me criei.
De seca a inverno, de janeiro a dezembro
Essa terra não deixou seus filhos morrerem em desalento
Água pra matar a sede e pão pra saciar fome
A vida por aqui é bela, e molda nosso homem
De Pedro leite a Junior Bernardo, de Silvio a andrelino
Vivemos de realizar sonhos, que nasceram quando menino
De Neném loicera a Zé Quixaba, de Nicolau a expedito
Nossa sociedade é organizada, esse é o lado mais bonito
São José nosso padroeiro e também bom protetor
Ajude aos filhos de cachoeira do sapo, a viver com muito amor.
Que eu sou cachoessapense, eu sou.
Com muito orgulho e muito amor.
Cachoeira do sapo eu sei,
Nesta terra me criei.
Poesia de andrelino da silva (Lino Sapo)
A amada terra de cachoeira do sapo.
DA CACHOEIRA PARA A VIDA
Ainda sois do tempo do preto e branco, mais branco do que preto. Chegaste com a fartura, crescesse sem frio, cheio de amigos e irmão, com uma cor amarronzada que te fazia parecer transparente, depois viraste negro sem nenhum preconceito e sem medo de perde o rabo que acabasse perdendo. Pra sentir o calor do sol, botasse para fora essa cabeça feia com uma grande boca, olhos espaçados bem redondos e visse o mundo, e por ele caminhasse sem pai, sem mãe, sem lar e sem destino. Trôpego e saltitante seguisse para as pragas e entre uma flor e outra tiraste teu alimento, e daquela coisinha preta e buchuda, viraste um carregador de leite, mijão e barrigudo.
Tua língua é eficiente, e a usas para ganhar a vida, e isso é bom e só porque talvez você faça o bem, muito te odeiam sem te entender. Pouco importar querer impressionar comendo brasas ou se inchando para amortecer as pancadas que te dão, todos podem te expulsar, chutando, outras vezes te salgando, eles não entendem que apesar de ser feio eis útil, e parece que tua feiúra esconde tua utilidade, e quando nada entendem te apresentam a vassoura. Não sois bem vindo, a não ser que se torne príncipe, és o antônimo da beleza e o mais simples adjetivo para o menosprezo, assumindo assim o último degrau da humilhação. Mesmo sem dizer nada, cozem tua boca, e pior ainda quando te expõe o coração e as tripas, e tudo quanto queres é se refrescar, cantar e provar como és romântico.
Sabendo que poucos te entendem, ainda causa admiração, te invejam por ser completo, entendes a terra e a água, conheces os rios , os lagos e em qualquer poça se acomoda com perfeição. Se a água assusta a muitos, tu se mostras como maestro que não desafina e nunca morres afogado. Curioso teu nome pequeno que muito até te apelhidão com um maior, e entre sapo e cururu, sois apenas mais um, que aparece como trapo vindo de rios e riachos, e num lugar remoto, distante te tudo que te causou dor, teu nome acrescentou. Diferenciando de capoeira a corredeira, ficaste em cachoeira a terra que te adotou, e hoje com muito orgulho, com teu nome o lugar o batizou. E cachoeira do sapo em reconhecimento te aclamou, e mostrou com simplicidade, que a ignorância, por aqui não se projetou.
Lino sapo
28/12/2005
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